segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Candura


      Amadeu Roberto Garrido de Paula   
                                    
madrugada fria, aflita, infinita,
convicta se agita em mim na cripta
o corpo e a alma não se conflitam
querem este verso em que habitam

lêmures da floresta dentes incisivos
lascas de gelo blocos de granito
brancura e candura são irmãs dos mitos
gêmeas, parcas da vida, raízes de meus gritos

a alma enlaça o corpo e o aquece em sua lareira
o corpo sorri e se deixa cair em sua cabeceira
como é bom viver nos confins das geleiras
ver o fim da vida e o mundo em suas beiras

torço todos os membros em busca dos alentos
sinto-me único e enfrento os cortantes ventos
corro sobre os rios do mundo amigos dos relentos
o frio me explicou a tríade, mas ainda não vi o espírito

e o procuro na noite unânime e fina
espírito não sei se santo ou se o sinto
sai pelas frestas quando o imagino e minto
não o via nas missas e tampouco agora no grande labirinto.

Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.


Esse texto está livre para publicação

Nenhum comentário:

Postar um comentário