O TEMPO
LITERATURA
Poeta, filósofo e letrista ocupa a cadeira de número 27, no lugar de Eduardo Portella
PUBLICADO EM 11/08/17 - 03h00
A Academia Brasileira de Letras elegeu nessa quinta-feira (10), por 30 votos a 4, o poeta Antonio Cícero como novo imortal. Ele vai assumir a cadeira de número 27, antes ocupada pelo professor e escritor Eduardo Portella, que morreu em 3 de maio. Concorreram dez candidatos, entre eles Alfredo Sirkis e Cláudio Aguiar. O primeiro imortal desta cadeira foi Joaquim Nabuco, que escolheu como patrono Maciel Monteiro. Depois, ocuparam a vaga Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.
A eleição de Cícero já era dada como certa na academia. Foi a terceira vez que ele concorreu a uma vaga. “Antonio Cícero traz para a Academia Brasileira de Letras a presença e a atuação de um dos poetas mais representativos da literatura brasileira contemporânea”, disse o presidente da ABL, Domício Proença Filho.
Poeta e ensaísta, Antonio Cicero é carioca e nasceu em 1945. Seu nome ficou conhecido na música popular nos anos 80, por ser parceiro de Marina Lima, sua irmã, em sucessos como “Fullgás”, “Virgem” e “Charme do Mundo”. Marina musicava seus poemas sem que ele soubesse. O poeta descobriu, gostou do resultado, e assim nasceu a parceria. Ele também fez outros sucessos, como o funk “À Francesa” (1989), com Cláudio Zoli, e teve parcerias com João Bosco, Waly Salomão, Orlando Morais, Adriana Calcanhotto e Frejat.
Grandes intérpretes gravaram sua obra, como Maria Bethânia (“O Lado Quente do Ser”, “Logrador” e “O Circo”), Caetano Veloso (“Bobagens, Meu Filho, Bobagens”), Lulu Santos (“O Último Romântico”) e Gal Costa (“Acende o Crepúsculo”). O poeta ainda é autor de livros de ensaios filosóficos, como “O Mundo Desde o Fim” (1995) e “Finalidades sem Fim” (2005), e dos livros de poemas “Guardar” (1996), “A Cidade e os Livros” (2002) e, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, “O Livro de Sombras: Pintura, Cinema e Poesia” (2010).
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