O TEMPO
2018
Para os entrevistados, 94% dos nomes que hoje ocupam o poder não representam a sociedade
PUBLICADO EM 13/08/17 - 03h00
SÃO PAULO. A pouco mais de um ano das eleições para a Presidência, governos estaduais e Congresso Nacional, pesquisa do instituto Ipsos aponta que a população manifesta rejeição generalizada à classe política (independentemente de partido) e ao atual modelo de governo. Só 6% se sentem representados pelos nomes em quem votaram.
O negativismo contamina a percepção sobre a própria democracia: só metade da população considera que esse é o melhor regime para o Brasil. Se a questão recai especificamente sobre o modelo brasileiro de democracia, a taxa de apoio é ainda mais baixa: 38% acham que é o melhor regime, e 47% discordam. Passado pouco mais de um ano das manifestações que culminaram no fim do governo petista, 81% dos entrevistados concordam com a afirmação de que “o problema do país não é o partido A ou B, mas o sistema político”.
Para 94%, os políticos que estão no poder não representam a sociedade, e só 4% pensam o contrário. É quase consensual a noção de que a corrupção é um entrave para que o país alcance um nível mais avançado de desenvolvimento. Nove em cada dez eleitores concordam com avaliações como a de que “o Brasil tem riquezas suficientes para ser um país de primeiro mundo”. Ou a de que “o Brasil poderia ser um país de primeiro mundo se não fosse a ação da corrupção”; ou a de que “o Brasil ainda pode ser um país de primeiro mundo quando acabar com a corrupção”.
Os dados do Ipsos mostram que, após um ciclo de acirramento da polarização política no país, há uma ânsia por iniciativas de conciliação. Nada menos do que 88% dos entrevistados concordam com a afirmação de que “as pessoas deveriam se unir em torno das causas comuns, e não brigar por partido A ou partido B”. Parcela similar considera que “brigar por partido A ou B faz com que as pessoas não discutam os reais problemas do Brasil”.
Os dados do Ipsos são parte de um levantamento chamado Pulso Brasil, realizado mensalmente desde 2005 para monitorar a opinião pública sobre política, economia, consumo e questões sociais. Foram ouvidos 1.200 entrevistados, em 72 municípios, entre os dias 1º e 14 de julho.
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
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