quarta-feira, 4 de abril de 2018

Diamante


Um homem justo um dia sentiu-se abonado
e correu a comprar um singelo diamante
era certo de que a humanidade era sua afilhada
e assim expôs sua conduta qual um infante.

Não lhe veio à cabeça ingênua e franca
o mundo tão bem devassado por Schopenhauer;
pretendia presentar com o diamante a pomba
entre todas as outras uma sublime mulher.

Não cabem num soneto as fúrias tempestuosas
que a devassa sobre seus papéis despreocupados
ensejou à vista de joia tão notável entre as formosas;
e lá se foram seus dias entre os homens honrados.
O diamante foi lançado ao rio torpe que cruza sua cidade
e as águas repugnantes o levaram com lágrimas de olhos borrados.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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