sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O espaço público visto pelas janelas de um ônibus


Criado há 13 anos, o grupo brasiliense Teatro do Concreto surge com alguns pilares já desenhados como o interesse pela ocupação do espaço público, apresentações em locais alternativos e dedicação para a criação de uma dramaturgia autoral. São desses conceitos que “Entrepartidas” foi construído, explorando a poética, o caos e a solidão dos centros urbanos a partir de um passeio com o público pelas cidades dentro de um ônibus.

O trabalho será apresentado neste sábado (26) e domingo (27) e domingo para um público restrito de 29 pessoas. O embarque e o desembarque serão feitos na Estação Ferroviária Central, na rua Aarão Reis.

“O ônibus é uma metáfora do trânsito e do movimento que é a vida. Traz a dimensão da instabilidade, ao mesmo tempo em que permite ao espectador ver o lugar onde mora da janela de um ônibus, de outra perspectiva, criando novos percursos pela cidade”, comenta o diretor Francis Wilker.

Além de experimentos realizados em cemitérios, rodoviárias e faixas de pedestres, o grupo também foi buscar na literatura referências para a construção das cenas e encontrou em Caio Fernando Abreu e Maria Valéria Resende fontes de inspiração. “Refletimos sobre a solidão, os vínculos afetivos que se rompem, o sentimento de vazio criado pelas relações voláteis”, explica.

Algumas intervenções também acontecem do lado de fora do ônibus e contam com a participação de artistas locais. Ao longo do trajeto, uma casa também será visitada.

“Fazemos uma discussão sobre o espaço público e o privado. Há momentos, em que caminhamos pelas ruas, adentramos a casa. Ao participar da peça, o público tem uma vivência desses lugares e da cidade”, conta o diretor.

Serviço. Espetáculo “Entrepartidas”, neste sábado (26) e domingo (27), às 19h, na Estação Ferroviária Central (rua Aarão Reis, 423, centro). Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e podem ser adquiridos pelo site www.sympla.com.br
O Tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário