terça-feira, 17 de outubro de 2017

O destino


O vendaval o trouxe e jamais ele soube de sua origem
correu, transcreveu, leu e releu, frequentou a escola
bateu às portas dos empregos e consideraram sua imagem
compatível com o mercado e assim lhe deram uma hora
De terceirizado incapaz de compreender a quem servia
autodidata e amante das letras se tornou discente
sempre aplicado, leu e releu Platão e sua alegoria
vindo de ventos desconhecidos, tornou-se gente
Fez-se um professor amante menos dos livros do que da argúcia
o cérebro de nosso homem agia como um descompressor
dos temas intrincados que nenhum outro ser humano era senhor
Assim como veio no meio do vendaval foi-se numa tempestade
jamais teve mãe ou pai, e nenhuma mão bondosa em sua morte
aqui termina a narração de um destino e sua boa, ou má, sorte. 

Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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