sábado, 4 de novembro de 2017

As lamparinas dos poetas



Talvez as luzes que vejo brilhar ao fim da rua
a ostentar a praça onde poetas se reuniam
para trocar intuições e mirar a branca lua
sejam sua imaginação que as lamparinas bruxeleavam

Poetas são imortais, ressuscitam, retornam
a este mundo que sempre os põe ao pé da árvore
da qual fizeram a cruz da tarde e chamam
um ladrão qualquer, para ser bom e pedir ao mestre

que o conduza ao paraíso, onde as folhas regadas
pelas chuvas amaciantes são vistas desfolhadas
retraem-se quando vêm Adão, seguida de Eva
e Deus os expulsando e os tornado amebas

Poetas de séculos passados imaginaram essas luzes
que iluminam o fim de minha rua, a praça
sabedores que por lá andarei com certa graça
e limarei poemas sentado num banco a pensar nas cruzes.

Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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