terça-feira, 14 de novembro de 2017

Federais planejam candidatura

O TEMPO

NA ONDA DA LAVA JATO



Fenapef já contabilizou 24 agentes e delegados que pretendem se candidatar nas eleições do ano que vem



PUBLICADO EM 14/11/17 - 03h00

São Paulo. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que representa todas as carreiras da PF, já contabilizou 24 agentes e delegados que pretendem se candidatar nas eleições do ano que vem em 18 Estados brasileiros. Segundo levantamento do jornal “Folha de S.Paulo”, porém, o número pode chegar a 30.
Curiosamente, é o Paraná, berço da operação Lava Jato, o Estado que vai ter o maior número de concorrentes policiais federais. Até agora, cinco delegados e agentes já manifestaram a intenção de concorrer. Se depender da federação, a lista ainda vai aumentar.
Os sindicalistas tentam convencer Newton Ishii, que ficou célebre como o Japonês da Federal, a competir por uma vaga na Câmara. Como Ishii foi condenado em última instância por facilitação ao contrabando, a entidade consultou dois escritórios especializados em legislação eleitoral para saber se ele seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Segundo os advogados, até o início da campanha ele já terá cumprido toda a pena e estaria livre para tentar carreira em Brasília. O agente, no entanto, resiste à ideia. Sem ele na disputa, nenhum outro candidato terá trabalhado diretamente na Lava Jato.
Isso não quer dizer que a operação não vá ser tema de campanha. O delegado e deputado federal Fernando Francischini (SD-PR) pretende concorrer ao Senado. O mote da propaganda? “A minha defesa da PF e da Lava Jato no mandato é meu maior patrimônio”, disse.
“As operações de combate à corrupção, principalmente a Lava Jato, deram visibilidade e prestígio para a Polícia Federal. É uma vantagem para um concorrente”, avalia o cientista político Marco Antônio Teixeira.
Pesquisa do Ibope mostrou que, entre 20 entidades, a PF foi apontada como a terceira mais confiável, atrás apenas da Igreja e dos bombeiros. Cientes disso, candidatos buscam explicitar a ligação com o órgão, e boa parte usará o cargo antes do nome.
O sucesso das candidaturas de policiais deve significar o aumento da bancada da bala no Congresso. A maior parte deles comunga da ideia de que é preciso facilitar o acesso do cidadão às armas de fogo.
O Tempo

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