terça-feira, 7 de novembro de 2017

Meios - beijos

Bondosa e suavemente cobriam meus lábios
Expressavam a lídima mensagem: um dia há de ser.
Incautamente como todos, salvo os sábios
Apressei meus passos, temoroso do entardecer.
Foi-se tudo, o que era bom e suave e me elevava
Há o tempo, amigo e inimigo, que relutamos em ver
Os meios-beijos foram-se e meu ser que se abrasava
Tornou-se solidão a gerar elucubrações de enlouquecer.
Ficou, como de hábito, a memória da construção,
A experiência que nos faz mais homens e as fêmeas
capazes professoras de nosso coração.
Quando nossos lábios forem cobertos, não pelo incenso fatal,
mas pelas luzes do sol da manhã e das futuras estrelas,
de uma mulher que planta uvas, espere-as amadurecer no parreiral.

                                                                       
Amadeu Roberto Garrido de Paula

Esse texto está livre para publicação.

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