segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Homem morto em ônibus de BH era professor da UFMG

O professor da Universidade Federal de Minas Gerais e fundador do projeto Manuelzão, Antônio Leite Alves Radicchi, de 60 anos, morreu após ser esfaqueado, na manhã desta segunda-feira (13), em um ônibus de Belo Horizonte.
Um casal entrou no coletivo 9805 (Santa Efigênia/Renascença) e anunciou o assalto, segundo relato de testemunhas à Polícia Militar (PM).
Radicchi chegou a ser socorrido e encaminhado em estado grave para o Hospital de Pronto-Socorro Odilon Behrens, mas, segundo assessoria  de imprensa do hospital, não resistiu ao ataque e morreu.
Amigo do professor e co-fundador do projeto Manuelzão, Apolo Heringer conta que a vítima quase não usava carro. “Andava sempre de ônibus. Ele era um cara simples e extremamente correto. Uma coisa impressionante. Ele foi criado no conjunto IAPI e foi ali que ele foi morto. Olha como é a vida", lamenta.
Segundo informações de militares do 16º Batalhão da PM, o autor do crime e a namorada dele, de 23 anos, entraram no coletivo e anunciaram o assalto, na altura do bairro Concórdia, região Nordeste de Belo Horizonte.
De acordo com a Polícia Civil, todos os envolvidos foram encaminhados à Central de Flagrantes (Ceflan) I para prestarem depoimentos.
O crime
De acordo com relatos de testemunhas à polícia, o autor do crime parecia conhecer o professor e chegou a chamá-lo de “Toninho”. Durante o anúncio do assalto houve uma discussão entre os dois e o autor teria dito ao professor o seguinte, em tom de ameaça: “sua hora chegou, vai me levar pra Pedreira agora, vai?”.
Ainda segundo a PM, houve luta corporal entre os dois e o assaltante efetuou vários golpes de faca no professor. O casal de assaltantes fugiu com uma mochila e um celular. Ainda segundo informações dos militares, o motorista do ônibus chegou a levar o homem ferido para o Hospital Odilon Behrens.
Durante buscas pelo bairro Concórdia, o casal foi localizado na casa onde mora. Conforme os militares, no local foi encontrado uma jaqueta suja de sangue. A mochila e o celular não foram encontrados. O suspeito disse à polícia que a intenção dele não era a de roubar. Ele afirmou que foi motivado por vingança porque, na semana passada, o professor teria o agredido em um bar. 
A família do professor Antônio Radicchi contesta a versão do bandido, de que os dois teriam um desentendimento anterior originado em uma briga de bar. "O Toninho não era de frequentar bar", diz Nairo Alméri, casado com uma prima da vítima, e que falou em nome da família.

Ele diz que tanto o professor quanto seu pai, o cartunista Radicchi, faziam trabalhos sociais no bairro Concórdia, onde o criminoso foi preso em casa. Por isso, durante o assalto, ele teria chamado a vítima de "Toninho". De acordo com a família, o professor teria reagido ao assalto e tentado sair do ônibus durante a ação. Quando descia do veículo, ele teria sido puxado pela mochila e atingido pelas facadas.
O Tempo

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