Por vezes é necessário fazer uma retrospectiva social para compreendermos a razão pela qual certos países agem de forma diferente no que concerne à importância dada aos seus cidadãos e às suas capacidades.
Segundo o filósofo, psicanalista e especialista em estudos da mente humana Fabiano de Abreu, , tanto Brasil como Portugal apresentam problemas de base semelhantes.
"O que falta em Portugal e no Brasil na educação é a percepção da individualidade. Na era da mídia social, pessoas são um perfil e empresas perdem os seus nomes. No Brasil onde a internet está muito mais desenvolvida que em Portugal, donos de grandes empresas aparecem na mídia social já que encontrarão no perfil, a identidade da empresa e aumentarão seus faturamentos. As maiores empresas do Brasil têm o rosto dos seus donos em destaque e participam como garoto propaganda. ", esclarece Abreu.
Para o especialista, a educação apresenta o seu principal problema em não tratar os alunos segundo as suas capacidades, como seres únicos mas simplesmente como números.
"Na educação os alunos são tratados como um número, uma cara em meio a tantas outras e não há então a individualidade, não há o perfil. Apenas contam como estatística para o faturamento mensal. A libido do aluno já vem em queda percebendo que ele é apenas uma tentativa em meio a muitas e sem incentivo, perde ainda mais a motivação.", indaga o psicanalista.
Outro problema encontrado pelo especialista é a falta de opções que se adaptem as vivências dos nossos tempos. Há uma estagnação dos modelos de ensino.
Como nos explica Fabiano de Abreu: "Em Portugal quase não existem licenciaturas on-line, mesmo em meio à quarentena que provou a necessidade dessa modalidade de ensino- EAD - Educação a Distância. É a evolução normal, que necessitou de uma aceleração para dar conta da demanda nesse momento de pandemia. Porém o país continua atrasado no quesito internet. As universidades são de difícil acesso e diversas perguntas não são respondidas. No Brasil há um leque de opções no on-line mas, esbarra em uma enorme burocracia e poucas universidades estão no top do ranking mundial."
Fabiano expõe ainda um problema pessoal para explicar as falhas que se podem encontrar nestes sistemas.
"Interessado em fazer uma pós graduação em neurociência, estou na tentativa da PUC no Brasil pelo curso on-line já que, em Portugal, não há curso EAD em neurociência. Há uma lei para trabalhadores, que as próprias universidades ou dizem não ter ou desconhecem ou apenas arrumam uma maneira de safar-se do interrogatório do interessado.", desabafa.
Fabiano explica que há capacidades suas que não são de interesse nestes dois países mas, no entanto, a situação é diferente noutros lugares do mundo. Fabiano continua a sua explicação: "Tentei dialogar sobre o meu teste de QI já que através dele consegui bolsa em Havard mas não pude cursar pois não tenho interesse em ir para outro país. Um teste de QI em diversos países do mundo como Bélgica, Holanda, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos é visto com bons olhos para uma bolsa e até pode haver disputas de universidades pelo aluno. Em Portugal e no Brasil a resposta é: vejam no site os requisitos para ter bolsas."
O filósofo diz ter apenas uma resposta para esta situação: "Ou seja, não há interesse, não há o investimento na persona, não há perfil. A educação tem conhecimento mas não tem inteligência, muito menos a criatividade e habilidade para lidar com perfis acima da média: altas habilidades, superdotados, gênios.
É como a diferença de inteligência de intelecto. Intelecto você adquire com conhecimento e inteligência é nato.
A educação no Brasil e em Portugal tem intelecto mas não tem inteligência e por isso, não consegue formar grandes nomes como esses países citados no texto formam, buscando pessoas até mesmo em outros países e investindo nelas."
Fabiano de Abreu concluí dizendo que este tipo de atitudes são espelhos de países que não unem plenos esforços para melhorar as suas competências.
"Isso reflete países cansados e sem disposição para evolução entrando em contradição com a biologia darwinista e se posicionando num capitalismo direcionado às mensalidades apenas.
O que de fato, causa perdas significativas para a pessoa em questão, que é acima da média e quer investir em seu intelecto, já que tem essa inteligência matricial capaz de versar em várias áreas. E para o próprio país que deixa de levar e elevar seu nome dentro de áreas que trazem conhecimento renomado como ciência, pesquisa e tecnologia.
Todos perdem!", concluí o filósofo.
Jennifer da Silva
Suporte MF Press Global
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